quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Os Sonhos


Os Sonhos
Ana Paula da Cruz Pereira
Já não há mais sol, há noite e as luzes da cidade estão acesas. No meio da noite começava a me virar na cama, olhando assustada para o relógio, percebi que ainda eram 04:00 horas da manhã.
Durante dias eu via em meus sonhos aquele rosto. Na primeira noite levantei e caminhei pela casa, liguei a TV e fiquei horas pensando naquele sonho com o rapaz até então desconhecido, mas ás vozes da televisão insistiam em me interromper.
Logo o sol batia na janela, era hora de ir trabalhar, deixei o carro na garagem e optei pela caminhada. A rua estava agitada, automóveis passando, a poeira, um ou outro pássaro, pessoas com pressa, mas em meio a isso tudo um banco na praça me chamou a atenção, a falta de tempo me fez deixar aquele velho hábito que tinha de ficar horas ali sentada, lendo.
A sombra da árvore era a mesma, só que agora com longos troncos, ainda batia aquele vento puro e meus cabelos balançavam.
Os sonhos á noite continuavam constantes, em uma manhã de sexta – feira que nada diferia de tantas outras sextas passadas sendo chuva ou sol, e nada de algo novo, resolvi tirar um tempo para ir á biblioteca da cidade.
Chegando lá, percebi que nada havia mudado de lugar, as prateleiras de livros ainda tinham 15 fileiras, com muitas histórias esperando para serem lidas.
Quando entrei ali, senti novamente aquele conforto, então comecei a andar pela biblioteca, na quinta fileira, peguei um livro e continuei a andar. Foi então que vi o lugar em que eu costumava ler, tendo ainda aquela bela vista da janela para a cidade e uma mesinha com duas cadeiras. Então me sentei e comecei a ler, quando de repente uma pessoa toca no meu ombro e então uma voz diz:
            - Eu costumo sentar – me aqui, posso?
Quando me virei para pedir desculpas, aqueles olhos azuis, era o rapaz que aparecia nos meus sonhos, aquele rapaz alto, magro, de ombros largos e fortes, mas o que mais me chamava a atenção era o rosto dele, aparecia sempre sorrindo.
O que  houve naquele instante foi profundo demais, ficamos ali nos olhando em silêncio por algum tempo. E foi nesse gesto casual que nos encontramos, o engraçado é que falamos juntos.
            - Eu sonho contigo todas ás noites!
Seria o destino, eu fiquei olhando para ele e ali não era mais sonho, mas sim vida real, eu podia toca – lo.
Então convidei  o rapaz para sentar – se ao meu lado, ele tinha um All – Star azul, usava bermuda, estava com um relógio branco no braço esquerdo, tinha os cabelos pretos e curtos, usava uma camiseta azul escura que destacava mais ainda seus olhos azuis.
Conversando ali senti – me a vontade para falar mais sobre mim, ele se apresentou e então descobri que o rapaz misterioso e desconhecido se chamava Miguel, e que sonhava comigo também.
Miguel disse:
            - É mesmo você, a moça com quem sonhava todas ás noites, com o mesmo tipo físico e esse sorriso encantador.
Miguel disse que por onde ele passava olhava para os lados para ver se me encontrava, ele disse que não conseguia esquecer aquele rosto delicado, os cabelos longos e olhos cor de mel.
Parecia que nos conhecíamos há bastante tempo, ele gostava de velhos costumes e dos velhos valores, hoje tão esquecidos, tinha gosto pela leitura, gostava de esportes, era tudo aquilo que sempre procurei.
A única coisa que me passava pela cabeça é que eu queria estar sempre com ele, segurando sua mão, olhando seus olhos e teu lindo sorriso.
E então, o sonho veio para ser a realidade e nos encontramos. 

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